terça-feira, 24 de julho de 2007

AEROGRAMAS - UMA FORMA (quase única ) DE CORRESPONDÊNCIA



SPM 6944 - ERA O CÓDIGO POSTAL (Serviço Postal Militar) DA C CAÇ 4242 - MANDIMBA

AEROGRAMAS

O Movimento Nacional Feminino (MNF) – estrutura do Estado Novo – foi o criador dos Aerogramas, com a finalidade de apoiar moral e socialmente os militares em serviço no Ultramar e suas famílias, muitas vezes com acções populares a que não faltava o cunho da demagogia.

Ao MNF se deve, pois, o lançamento dos aerogramas, alcunhados de “bate-estradas”, que constituíam o meio mais difundido de correspondência entre os militares e as suas famílias.

Destes aerogramas, cujo fornecimento e transporte era gratuito para os militares, estima-se que tenham sido impressos cerca de 300 milhões.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Tudo como dantes...quartel em Mandimba

Algures nos anos de 1972/74, em Moçambique já havia minis, e coca-cola e pepsi-cola.
Eram danados para elas! Elas, as 2M, Laurentina e Manica. De quando em vez vinham as bazukas.
Na foto, o nosso director (à esquerda) e o Azevedo.
Uns bacanos.

domingo, 15 de julho de 2007

Fernando Pessoa

HORIZONTE

Ò mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
'Splendia sobre as naus da iniciação.

Linha severa da longínqua costa —
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe a abstracta linha

O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte —
Os beijos merecidos da Verdade.

O menino da sua mãe

No plaino abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas trespassado-
Duas, de lado a lado-,
Jaz morto, e arrefece.

Raia-lhe a farda o sangue.
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.

Tão jovem! Que jovem era!
(agora que idade tem?)
Filho unico, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
«O menino de sua mãe.»

Caiu-lhe da algibeira
A cigarreira breve.
Dera-lhe a mãe. Está inteira
E boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.

De outra algibeira, alada
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço… deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.

Lá longe, em casa, há a prece:
“Que volte cedo, e bem!”
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto e apodrece
O menino da sua mãe

Fernando Pessoa

sábado, 14 de julho de 2007

Cântico Negro

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

(...)

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

José Régio

Observe esta foto e a seguinte. Veja as diferenças...

terça-feira, 10 de julho de 2007

domingo, 8 de julho de 2007

Panfleto da Frelimo



DUM PANFLETO DA FRELIMO DEIXADO NAS MATAS DO NIASSA em 1973?

Milicianos:

“Nós da Frelimo sentimos o vosso tempo perdido de uma preocupação pela nossa situação que Portugal enfrenta nesta hipótese.

A vida que vós levam de andar a perseguir a força da Frelimo é em vão em curtas palavras.

Digamos vos que a Frelimo muito breve triunfará. Esta luta é para o bem do Povo.

Nós lutamos contra o colonialismo. Não contra o Povo."

segunda-feira, 2 de julho de 2007