segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Extracto de Relatório da Companhia


“(…) 06 FEV 1974
A certa altura do percurso e quando era passada hora e meia de caminho, cruzámos uma picada antiga que actualmente serve de trilho ao IN [inimigo], mas que se encontrava armadilhada, segundo o Guia.
A partir desse momento começamos a cruzar diversos trilhos, uns batidos, outros impraticáveis e difíceis de reconhecer. Passadas que eram duas horas de marcha e após a travessia de um riacho, cruzámos um trilho muito antigo, que só foi reconhecido como tal a cerca de dez metros do riacho. Após a travessia deste por 19 homens do subgrupo dos GE [grupo especial] 401, um dos militares que seguia em 2º lugar, accionou uma mina A/P, ficando gravemente ferido. Foi imediatamente pedida evacuação em Heli, enquanto o resto do pessoal se mantinha imóvel, por suspeita de haver mais engenhos explosivos.
GE 401
Costa, Silva, Psícola, Cardoso e Niza, 
algures em Meponda ou Napulo
Passados dez minutos, quando o Furriel Costa, Cmdt. do GE, pretendia atravessar o riacho, a fim de juntar o resto das nossas tropas que se mantinha na outra margem, accionou outra mina AP, colocada entre o riacho e a primeira mina, a cerca de 1,5 metro desta. Após tratados os dois feridos, foram transportados para uma clareira, sendo evacuados três horas e meia depois.
Por que o Subgrupo ficou sem comandante e único graduado, e as nossas tropas sofrerem o efeito psicológico do rebentamento das minas, foi resolvido regressar, uma vez que também se suspeitava que a zona estivesse fortemente minada, inclusivamente fora dos trilhos, o que foi confirmado pelo Guia.
Chegados à linha CF [caminhos de ferro], fomos transportados a Belém e recolhidos em meios auto até Mandimba.(…)”
In “História da C Caç 4242”