domingo, 24 de setembro de 2023

Esclarecimento do Milton Mota

História da C.CAC 4242 Como é habitual, o nosso camarada Almeida lá vai de vez em quando relembrando e descrevendo alguns momentos da nossa estadia em terras do Niassa, conforme descritos na história da companhia. Calhou a vez da minha operação no Munhehere ser descrita. A versão descrita foi feita pelos operacionais da caserna que estavam mais preocupados em fazer as contas como poderiam ficar com o dinheiro dos GEs( verbas referentes a alimentação). Ao chegar ao Munheher fui informado pelo Régulo que grupo da FRELIMO era comandado por um branco mas com os olhos em bico ( asiático) . Iniciei a preceguicao do grupo IN na direção indicada pelo Régulo. Passadas 2 horas de caminhada foi detetada uma MAP, (9,15h) a qual neutralizei. Mas junto a um arbusto a uma distância de mais de 2 metros da mina neutralizada estava outra MAP a qual foi ativada pelo Rentino, enfermeiro do meu grupo, ficando sem o pé no momento. Prestados os primeiros socorros por mim, iniciei o pedido de evacuação por heli que não foi possível devido a avaria do rádio que fazia a ligação terra -ar. Dei início ao regresso a povoação do Munhehere onde cheguei às 12,30h onde já estava o heli á espera. Resumo da operação: 1 ferido grave, o Rentino, sem um pé e parte da perna, um ferido ligeiro o Milton Mota, com estilhaços de madeira na cara. Nesta operação só intervieram o furriel Milton Mota e mais 10 operacionais do GEs 401. Como o Rentino aguentou 3,15h á espera de evacuação? Não sei, pois embora consciente não falou mais. Por mim fiz o que pode com a coragem dos 22 anos e com o lema um por todos e todos por um, que decerto não era o lema de quem descreveu esta operação. NOTA FINAL: Até ao final da comissão nunca mais fui acompanhado por um enfermeiro quando ia para o mato. Milton Mota