domingo, 26 de novembro de 2017

CONVÍVIO COM A C. CAÇ. 2764


Camaradas
Aproxima-se mais um aniversário da nossa saída (28/11/1972) de Figo Maduro com destino a Moçambique-MANDIMBA. Aí fomos encontrar a C.CAÇ 2764 que já desesperava para regressar a PORTUGAL, pois já tinha 29 meses em terras de Moçambique.
Chegámos já noite. Aí encontrei o meu amigo e primo ex-furriel Helder Luzio. Beberam-se umas Laurentinas, ouvi algumas dicas para poder sobreviver nas matas do Niassa onde íamos passar os próximos dois anos. Entretanto fez-se dia e os militares da CART 2764 rumaram para Portugal. 
Nunca mais se soube nada desses camaradas, pelo que chegou a hora de nos voltarmos a encontrar para recordar os tempos ali passados.
Esse encontro será no dia 27 de Maio de 2018, num almoço a efectuar no restaurante da residencial ESTÂNCIA  em OLIVEIRA DO BAIRRO.
Está marcado, não faltes. Marca no calendário esta data, 27 de maio de 2018.
     Um abraço para toda a familia da C.CAÇ 4242
                                  M. MOTA

sábado, 11 de novembro de 2017

SÃO MARTINHO

10NOV1972 – Campo Militar de Santa Margarida -

(…) Na 3ª feira à noite fomos à feira da Golegã, no mini do Saramago Leite, beber uma água-pé. Amanhã vai lá o Tomás papar mais uma jantarada e a Gertrudes cortar uma fita.

Segundo novas informações iremos para Marrupa. É no Niassa, numa zona mais operacional do que Mandimba, zona que inicialmente nos estava destinado. A certeza só a teremos quando chegarmos. A partida para Moçambique está agendada para as 21 horas do dia 28 de Novembro - uma 3ª feira, num boeing 707 dos TAM. A viagem do campo militar de Stª Margarida até Figo Maduro será efectuada em autocarros, ao escurecer, para que ninguém veja mais uma manada de carne para canhão a partir para aquele longínquo império.
Diário de um militar da C. Caç. 4242


Silva disse:
Boa tarde.
Lembro-me perfeitamente deste dia na Golegã à noite.
A água-pé era de 14 graus e fez os seus efeitos. Lembro-me do Azevedo entrar para o carro empurrado por alguns de nós (não me lembro quem), pois não se tinha em pé.
Junto onde tínhamos o carro vivia um homem que costumava vir aqui a Espariz vender hortaliças, melão etc., do qual o meu pai era cliente.

Eu conheci-o e cumprimentei-o e na conversa falou-se em ir à adega, quando ele respondeu ao ver assim o Azevedo:

Pode ser quando quiserem, mas hoje já não bebem mais, já têm a vossa conta.

Outra coisa.

Estou a pensar numa coisa para o Natal.

No Meponda não havia uma escola construída em cimento muito arranjadinha e não estava lá um policia que era algarvio e se chamava Pincho?

Eu tenho uma fotografia tirada o dia 24 de Dezembro de 1973 à porta de armas com alguns rapazes do 3º pelotão, e tenho impressão que era uma saída para o Meponda, embora não conste na História da Companhia.

Confirma-me se te lembrares que seria mesmo o Meponda e o policia seria mesmo Pincho.

Um abraço

SILVA

Moreira Nunes (cap.) disse:
Olá Almeida, 
É  com uma saudade enorme quando vejo recordar um forte sentimento de amizade passados tantos anos de um convívio nem sempre agradável.
Como é do conhecimento de todos continuo a viver na Ilha da Madeira e estarei sempre disponível para vos receber.
As deslocações ao Continente são ou de trabalho ou para visitar a família que ainda tenho no Porto.
O ano que passou não me foi possível estar presente no almoço anual da ccaç 4242.
Bem hajam pela vossa dedicação.
Um forte abraço do 
Moreira Nunes.


Miguel Simas disse...
Não fui no Mini do Jaime Leite mas da viajem do 707 dos TAM não me safei. Saímos de Lisboa pelas 22H30 e cerca das 06H30 fizemos escala em Luanda. Pela janela do avião vi um PM. da força aérea de calções e de camisa esbargalada. Disse para mim "aquele já está apanhado pelo clima". Quando deito a perna fora do avião parecia que estava entrando numa estufa de ananases, Disse cá para mim "vou deixar os ossos em África". Quis Deus que não. Gostei da presença do Capitão Nunes. Acho que deveria ser mais activo neste blogue. 



Um abraço para todos.

Azevedo disse:
A água pé fez-me realmente mal, mas há mais um pormenor: o senhor do café por já farto de nós, deu-nos ordem de expulsão. Eu estava realmente em mau estado, mas o resto da equipa também!... 
Abraços do Azevedo. 

Azevedo voltou a dizer:
Era realmente o Pincho. Um polícia do recrutamento da província, mas algarvio. Um dia, eu,o psícola e outros fomos lá almoçar peixe seco que tinha sido pescado no lago local. Ele quando se ia abastecer à 4242, ficava muito bem tratado e eu que o diga!!... 

Mota disse:
Recordo essa ida à Golegã mas eu fui no carro do Almeida (vago) .
A ida foi pacífica mas o regresso a Sta Margarida foi bastante preocupante pois as curvas da estrada, demasiado fechadas para a velocidade a que se ia, era para fechar os olhos, que na verdade já não estavam muito abertos.
De Sta Margarida também recordo a caserna dos cabo milicianos onde eu não podia dormir com os habituais jogadores de lerpa toda a noite a jogar e de vez em quando lá iam dando um tirinho de salva para me acordar, mas como eu não ligava a essas provocações acabavam por desistir e o jogo continuava.
                     Um abraço do amigo Mota a toda a família da C.CAÇ 4242

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

EPISÓDIOS DA MINHA MISSÃO EM ÁFRICA

EPISÓDIOS DA MINHA MISSÃO EM ÁFRICA – É o título do livro escrito por D. Eurico Dias Nogueira, Arcebispo Primaz, primeiro Bispo de Vila Cabral (1964-72), segundo e último de Sá da Bandeira (1972-77).
(...) A pide investigou esta carta, através de destacado terrorista da Frelimo, Subchefe da Zona B, distrito de Mandimba.
(...) mande pelo portador um garrafão de cinco litros de vinho, para festejarmos o próximo aniversário do início da nossa luta.
...
 O Bispo de Vila Cabral também tinha medos. Numa viagem de táxi aéreo para Mandimba, junto ao Malawi, ao aterrar, já a baixa altitude, “sentimos forte estremeção, que julguei ser causado por um golpe de vento. Em terra verificámos que houvera o impacto de um projéctil, furando uma asa”.

Para ler o texto completo clicar aqui