É nos cenários de guerra que aparecem as maiores demonstrações de amizade segundo os livros.
Eu também tive um camarada que um belo dia em terras de Mandimba (Moçambique) demonstrou essa amizade, e vou passar a contar.
Decorria o ano de 1973, do século passado, e eu, não sei porquê, já não falava para o Silva (Furriel) há perto de dois meses, quando eu resolvo ir dar uma volta pela povoação ao anoitecer mas sozinho; pego numa caçadeira de 5 tiros e saio do quartel sem informar quem quer que fosse, pois a previsão era de estar pouco tempo fora do quartel, mas houve alteração de planos e fiquei toda a noite fora, procedimento que não era permitido por segurança.
Por do sol em Mandimba. Foto
do álbum do nosso director
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Entretanto chego ao quartel e vejo o Silva já na porta de armas preparado para sair, e verifico que todos ficam muito calados a olhar para mim, como não falava para o Silva não liguei, quando ele me dirige a palavra e me informa que ia à minha procura.
Parei, meditei, e lá fomos para a messe tomar o pequeno almoço. Claro que nesse dia não se falou noutra coisa; primeiro porque queriam saber onde estive, segundo a contar-me a preocupação do Silva, pois a versão dele era que me tinham raptado.
E assim se fazem amizades para o resto da vida!
Um abraço a toda a família da CCAÇ 4242.
Até breve
MOTA
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