Às 4 horas do dia 18MAR1973 o Furriel Lopes (do destacamento de Belém) dirigiu-se com a sua secção para a Estação dos Caminhos-de-Ferro de Belém, dispondo os soldados na seguinte estratégia: 4 soldados no vagão rebenta-minas, outros 4 no vagão da rectaguarda onde se manteve o Comando. O comboio partiu à hora prevista.
Seriam 8 horas quando o chefe da Estação se dirigiu ao aquartelamento do destacamento de Belém informando que o comboio fora sabotado no km 674, com a destruição parcial de 5 vagões.
Imediatamente tomei as necessárias providências. Dirigi-me ao Posto de Rádio para tentar contactar com a escolta, o que não consegui, porque o chefe da referida escolta estava ferido.
Saí com outra escolta sob o comando do Furriel Lima (do destacamento de Belém), dirigindo-nos à Estação C. F. onde solicitei uma zorra para nela fazer seguir os enfermeiros para prestar os primeiros socorros aos feridos.
Entretanto aprontava-se o comboio de socorro. Havia a informação da existência de sete feridos (4 militares e 3 civis) pelo que foram pedidas sete evacuações para a pista aérea de Belém.
Cerca das 9,30 horas dirigi-me no comboio socorro para o local do acidente. Chegado ao local mandei evacuar os feridos para Belém e mandei fazer um reconhecimento à zona. A cerca de 100 metros do local do rebentamento foram detectadas duas minas que logo foram levantadas e neutralizadas.
Já na zona desmatada foi identificado o local onde foi accionado o rebentamento, encontrando-se aí a chave do explosor. As pegadas encontradas denunciavam que o grupo inimigo era constituído por cerca de 20 elementos, posicionados , durante a sabotagem, de forma paralela à linha férrea; não flagelaram o comboio devido ao fogo de reconhecimento efectuado pelas nossas tropas.
Normalizada a situação, o comboio prosseguiu rumo ao Catur.
In História da C. Caç. 4242
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