
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Cancela Tropa - uma história quase real da C. Caç. 4242 que prestou serviço militar em Mandimba, no Niassa, Moçambique em 1972/74
Operação militar
[Enviadas tropas da C. Caç 4242 para neutralização do grupo IN e elaboração de relatório]
[Tratava-se de uma autêntica hostilização às informações da Pide /Dgs, havia necessidade de rectificar o relatório, caso contrário...mudança de Sector]
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
Diaporama da C. Caç. 4242 - em sentida homenagem ao nosso camarada e amigo ANTÓNIO GASTÃO CARVALHO COSTA, ex-Furriel de Oper. Espec. e GE`s
Recordado pelos seus companheiros de armas que nunca o esquecerão.
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
32º. CONVÍVIO C.CAÇ. 4242 – MANDIMBA-NIASSA-MOÇAMBIQUE
- Agradecer a deferência do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, em que ao fazer-se representar neste evento pelo assessor Dr. Casas, demonstra o respeito e consideração para quem, muito novos, arriscaram a vida;
- Agradecer a presença de todos os presentes com os votos que este convívio sirva de fermento para o próximo;
- Agradecer a hospitalidade do Milton Mota e do Santos que tão bem divulgaram e organizaram este evento;
- E, porque os últimos são os primeiros, um agradecimento muito especial à Solene, companheira de sempre do Mota, que confeccionou e nos presenteou com tão ricos manjares;
- Por último não podemos jamais esquecer os nossos Companheiros da CCAÇ 4242 que deste mundo já partiram. Eles farão sempre parte de nós pelo que, de pé, pedia um minuto de silencia em sua memória.
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Outra forma de exploração e aproveitamento dos militares
domingo, 21 de outubro de 2007
Foto do director deste Blogue, tirada em Meponda, muito perto do Lago Amaramba (Mandimba)

São militares da Companhia de Caçadores 4242, que prestou serviço militar em Mandimba, Niassa, Moçambique, de 1972/74.
Tinham 20-22 anos; uns jovens despreocupados, que me ajudavam a fazer a acção psicológica [Psico]...e a beber uns copos na Cantina Gomes!
Um abraço especial ao Costa.
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
terça-feira, 21 de agosto de 2007
domingo, 12 de agosto de 2007
No centenário do nascimento de Miguel Torga
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas pelo vento;
De casas de moradia
Caídas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;
De poeira;
De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu pai a erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.
Miguel Torga
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
Mensagem do Simas - de Lissiete a Namicoio Velho
sexta-feira, 3 de agosto de 2007
"Conselhos ao Soldados do Ultramar"
[D. N. Guerra Colonial: pag. 472 e 473] Clik na imagem para ampliar

terça-feira, 24 de julho de 2007
AEROGRAMAS - UMA FORMA (quase única ) DE CORRESPONDÊNCIA
SPM 6944 - ERA O CÓDIGO POSTAL (Serviço Postal Militar) DA C CAÇ 4242 - MANDIMBA
AEROGRAMAS
O Movimento Nacional Feminino (MNF) – estrutura do Estado Novo – foi o criador dos Aerogramas, com a finalidade de apoiar moral e socialmente os militares em serviço no Ultramar e suas famílias, muitas vezes com acções populares a que não faltava o cunho da demagogia.
Ao MNF se deve, pois, o lançamento dos aerogramas, alcunhados de “bate-estradas”, que constituíam o meio mais difundido de correspondência entre os militares e as suas famílias.
Destes aerogramas, cujo fornecimento e transporte era gratuito para os militares, estima-se que tenham sido impressos cerca de 300 milhões.
segunda-feira, 16 de julho de 2007
Tudo como dantes...quartel em Mandimba

Eram danados para elas! Elas, as 2M, Laurentina e Manica. De quando em vez vinham as bazukas.
Na foto, o nosso director (à esquerda) e o Azevedo.
Uns bacanos.
domingo, 15 de julho de 2007
Fernando Pessoa
Ò mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
'Splendia sobre as naus da iniciação.
Linha severa da longínqua costa —
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe a abstracta linha
O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte —
Os beijos merecidos da Verdade.
O menino da sua mãe
Que a morna brisa aquece,
De balas trespassado-
Duas, de lado a lado-,
Jaz morto, e arrefece.
Raia-lhe a farda o sangue.
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.
Tão jovem! Que jovem era!
(agora que idade tem?)
Filho unico, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
«O menino de sua mãe.»
Caiu-lhe da algibeira
A cigarreira breve.
Dera-lhe a mãe. Está inteira
E boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.
De outra algibeira, alada
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço… deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.
Lá longe, em casa, há a prece:
“Que volte cedo, e bem!”
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto e apodrece
O menino da sua mãe
Fernando Pessoa
sábado, 14 de julho de 2007
Cântico Negro
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
(...)
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
José Régio
quinta-feira, 12 de julho de 2007
quarta-feira, 11 de julho de 2007
terça-feira, 10 de julho de 2007
domingo, 8 de julho de 2007
Panfleto da Frelimo

DUM PANFLETO DA FRELIMO DEIXADO NAS MATAS DO NIASSA em 1973?
Milicianos:
“Nós da Frelimo sentimos o vosso tempo perdido de uma preocupação pela nossa situação que Portugal enfrenta nesta hipótese.
A vida que vós levam de andar a perseguir a força da Frelimo é em vão em curtas palavras.
Digamos vos que a Frelimo muito breve triunfará. Esta luta é para o bem do Povo.
Nós lutamos contra o colonialismo. Não contra o Povo."
sábado, 7 de julho de 2007
sexta-feira, 6 de julho de 2007
quinta-feira, 5 de julho de 2007
segunda-feira, 2 de julho de 2007
quarta-feira, 13 de junho de 2007
C CAÇ 4242 - MAMDIMBA - MOÇAMBIQUE 1972/74
COMPANHIA DE CAÇADORES Nº 4242
Oriunda do Regimento de Infantaria nº 2 - Abrantes - , após aí terminados os periodos de instrução normal a qualquer Companhia que venha em reforço à guarnição normal dos estados ultramarinos, daí seguiu a COMPANHIA DE CAÇADORES Nº 4242/72 , tendo embarcado em Lisboa, a bordo dos aviões dos TAM, a 28NOV.72 e tendo regressado a 21OUT.74, e assim constituida:
Cap. Mil. Art. Manuel Augusto Moreira Nunes
Alf. Mil. Inf. Adérito Ferreira Soares Roxo
Alf. Mil. Inf. José Jacinto Moreira da Costa
Alf. Mil. Inf. Avelino António Fernandes
Alf. Mil. Med. Francisco José Viana Ganhão
Alf. Mil. Inf. Manuel dos Santos da Silva
1º Sarg. Inf. Heitor Martins
2º Sarg. Inf. Firmino José de Castro
Fur. Mil. Trans. Alberto António Ventura Paixão
Fur. Mil. Sm. Jaime Saramago Leite
Fur. Mil. Sam. Carlos Alberto Carvalho de Almeida
Fur. Mil. Enf. Luis António dos Santos Simão
Fur. Mil. Op. Esp. António Gastão Carvalho Costa
Fur. Mil. Arm. Pes. Milton Augusto da Conceição Mota
Fur. Mil. Inf. Manuel Cesário de Almeida
Fur. Mil. Inf. João Alves Dias
Fur. Mil. Inf. Amilcar Coelho Ventura
Fur. Mil. Inf. António Silveira Nunes
Fur. Mil. Inf. Osvaldo manuel Melo Borges
Fur. Mil. Inf. João teixeira Macedo
Fur. Mil. Inf. Jorge Vilar Fernandes Azevedo
Fur. Mil. Inf. António Manuel Fonseca Pinto da Silva
Fur. Mil. Inf. Miguel Medeiros Simas
Fur. Mil. Inf. Fernando Jorge Carlos Macedo
Fur. Mil. Inf. Mário Pinto Veiga
Fur. Mil. José Alberto da Silva Andrade
1º Cabo João Paulo Freitas Antunes
1º Cabo José da Silva Oliveira
1º Cabo José Maria Pinto Moreira
1º Cabo Joaquim Manuel Duarte Cardoso
1º Cabo José dos Santos Batista
1º Cabo Carlos José Faria Teixeira
1º Cabo Fernando Amaral da Costa
1º Cabo José Bastos Teixeira
1º Cabo António da Costa Oliveira
1º Cabo José Alberto Nicola Magalhães
1º Cabo Jorge Manuel Henriques Figueiredo
1º Cabo Carlos Alberto Cardoso da Silva
1º Cabo Manuel Agostinho Jorge
1º Cabo Luis Filipe Mesquita Monteiro
1º Cabo Jorge Fernando de Sousa Figueiredo
1º Cabo Joaquim António Marques dos Santos
1º Cabo António José Paulo Rato
1º CaboJosé da Silva Ribeiro Gordinho
1º Cabo António Joaquim Tavares Vigário
1º Cabo Helder da Costa Ferreira
Sold. Jorge de Almeida Ferreira
Sold. Manuel Victor Pais de Matos
Sold. António João dos Santos
Sold. António Manuel Madeira Cruz
Sold. Luis Manuel Cabrita Martins
Sold. Joaquim Maria Corrente Cebola
Sold. José Fernandes Rodrigues da Silva
Sold. Carlos Alberto Ferreira da Silva
Sold. Alberto Fernandes de Oliveira
Sold. Manuel Augusto Pinto
Sold. Adão de Oliveira Braga
Sold. Carlos António Pereira Taveira
Sold. José Luis Barroso Leite
Sold. António Jorge de Aguiar
Sold. Manuel dos Santos Oliveira
Sold. José da Mota Martins Correia
Sold. Sebastião Amável Amado
Sold. António Martins da Costa
Sold. Joaquim Nogueira Capelas
Sold. Alberto dos Anjos Alves
Sold. José Rogério Ceboleiro da Silva Nuno
Sold. básico Rogério Ribeiro Figueiras
Sold. Floriano Martins Monteiro
Sold. Francisco Nunes Pires
Sold. Fernando Fonseca Reis
Sold. João Manuel Pacheco Raposo
Sold. António da Silva Barcelos
A Companhia de Caçadores 4242 não vinha completa. Os seus pelotões apresentavam-se muito reduzidos. Contudo, o seu efectivo foi aumentado a 17 DEZ.72; vindos do CI Namialo as seguintes praças:
Sold. José Lobato João
Sold. Gabriel Mepina
Sold. Victor Varine
Sold. Anselmo Lucas Amir
Sold. Pio Simão
Sold. Ernesto Echaco
Sold. Gaspar Mulessima
Sold. Rufino Amanze
Sold. Daniel Macaca
Sold. Castana Braimo
Sold. Henrique Muruha
Sold. Carlos Manuel
Sold. Custódio Simba
Sold. Orlando Mupualaha
Sold. Manuel Ernesto Mulelo
Sold. Assane Mucussiba
Sold. Sotana Abdaladomingo, 3 de junho de 2007
domingo, 22 de abril de 2007
Asphodelus Bentus Rainhae - sabe o que é?
quinta-feira, 22 de março de 2007
Não sou mártir nem herói
João Baptista espreita por debaixo do veículo e vê os agressores, do outro lado da estrada em terra batida. Estão a menos de cinco metros. Em desespero, ajoelha-se, levanta os braços e grita: «Sou padre, sou o padre missionário». As armas calam-se. Os soldados, afetos à Renamo, pedem desculpa e desaparecem no mato, sem tocar nos bens do sacerdote. Horas depois, regressam a mando dos superiores e levam o missionário para um acampamento improvisado, para tratar os ferimentos. Para trás deixam os cadáveres de quatro homens que o acompanhavam.
O ataque ocorreu a 1 de março de 1992, na estrada que liga Massangulo a Mandimba, diocese de Lichinga, e está contado pelo sobrevivente, num registo quase fotográfico, no livro «Sangue que a terra bebeu». O padre português, natural de São Julião do Tojal, Loures, esteve 30 dias em cativeiro, até ser entregue à Cruz Vermelha e ao representante da Delegação Apostólica do Maputo, como se fosse um prisioneiro de guerra.
Passaram 20 anos e João Baptista ainda guarda a pequena bolsa preta do breviário, furada pelas balas, a camisola castanha, esburacada pela explosão, as calças rasgadas e alguns invólucros recolhidos no local da tragédia. Mas esquiva-se a mais conversas sobre o acontecimento. E explica porquê, com a humildade desarmante que o caracteriza: «Eu não sou mártir nem herói».
O padre João, hoje com 79 anos, entrou no seminário da Consolata, em Fátima, a 18 de outubro de 1951. «Queria ser padre e celebrar missa». Muito antes de entrar no seminário, «já sonhava que em África havia de abrir escolas». O sonho concretizou-se. «Sozinho, sem casa, sem carro e sem Igreja», no final da década de 60 do século passado, foi enviado para Belém e Mandimba, em Moçambique, para abrir novas paróquias, prestar assistência religiosa a dois quarteis militares, lecionar na escola primária e acompanhar 16 escolas-capelas rurais. Em dois anos, conseguiu erguer a residência, uma capela e deixar as fundações de uma nova Igreja. Regressou, 18 anos depois, para uma nova empreitada em Mitande, Mandimba, Massangulo e Mwita. Agora, continua a sua missão em Fátima.
http://www.fatimamissionaria.pt/artigo.php?cod=22813&sec=73
sábado, 17 de março de 2007
O caso dos Padres da Beira
site de Dornelas do Zêzere
quinta-feira, 15 de março de 2007
EMBOSCADA EM CAMPANAS (Já lá vão alguns anos)
UM RELATÓRIO FINAL
NO FIM DUM GOLPE DE MÃO
QUE NÃO CORREU NADA MAL…
PARA ISSO TEM QUE ESTAR
A COMPANHIA BEM TREINADA
E TER BONS INFORMADORES
QUE NÃO DEIXEM ´SCAPAR NADA
MAS NÓS TEMOS UM ESPIÃO
QUE ESTANDO SEMPRE A DORMIR
NOS MOMENTOS CRUCIAIS
CONSEGUIA DISCERNIR!...
VEJAM SE O MILTON MOTA
NÃO DISSE “RAPAZIADA”
QUE ESTE ANO TAMBÉM
IA HAVER UMA EMBOSCADA…
NOVAMENTE OS PELOTÕES
CORRERAM P´RA FORMATURA
E FICANDO A INCUMBÊNCIA
DO RELATÓRIO AO VENTURA.
FI-LO NUMA CONDIÇÃO
COMBINEI COM OS PRESENTES
DIZIMAR O INIMIGO
NEM QUE SEJA COM OS DENTES…
ARRANCARAM-LHE OS BIGODES
E CHUPARAM-LHE A CABEÇA
DEPOIS CHAMARAM A SELENE
PARA TIRAR A TRAVESSA
MAS EIS QUE VINDO DE FORA
OUTRO TURRA CALMEIRÃO
INDA VINHA A FUMEGAR
MAIS PARECENDO UM LEITÃO…
O PESSOAL INCONFORMADO
EXPERIENTE, COMO CONVÉM,
NÃO TEVE CONTEMPLAÇÕES
DEU CABO DELE…TAMBÉM.
CUIDADO, QUE ANDA AÍ UM
DE NOME COLESTEROL
PERIGOSO E TRAIÇOEIRO
ENFURECE C´O TINTOL
TEMOS DE ´STAR VIGILANTES
NÃO O DEIXAR AVANÇAR
ELE ATACA AS “BARRIGUINHAS”
NÃO O DEIXEM ABUSAR…
FINALMENTE COM SAUDADE
LEMBREMOS O FEVEREIRO
JÁ NÃO ESTÁ …INFELIZMENTE
MAS ERA SEMPRE O PRIMEIRO.
Ventura
domingo, 25 de fevereiro de 2007
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
Repúdio ao comunismo
Outra determinação oficial de Novembro de 1936 proibia as professoras primárias de casar sem autorização do Ministro da Educação. Segundo Salvado Sampaio, 1976:41 (vol. II), “…nega-se às professoras a livre escolha do cônjuge. (…). A negação da liberdade da escolha do cônjuge não nos parece conciliável com a usufruição da maturidade necessária ao exercício da docência. A aplicação deste preceito implica situações dolorosas.”
O mesmo decreto estabelece ainda que “Será demitido o funcionário pertencente aos serviços do ensino primário que dê escândalo público permanente ou assuma atitude contrária à ordem social estabelecida pela Constituição Política de 1933”.
Salazar advertira: “Eu tenho os olhos abertos e pulso firme”. O Ministro da Educação afirma em 1937: “De ora em diante não haverá nas escolas portuguesas nem um professor nem um aluno comunista.”
A Escola Portuguesa - semanário oficial do Estado Novo – Direcção Geral do Ensino Primário (DGEP), criada em Outubro de 1934, começou a publicar semanalmente lições-modelo e instruções destinadas aos professores. Esta revista era distribuída a todas as escolas e caracterizava-se pelo combate à escola neutra do ponto de vista religioso e ideológico. “Acaso tu, leitor, és daqueles que contemplam a renovação da Escola como obra dos teus anseios? (…) Julgas-te cooperador dos teus superiores, dos teus dirigentes, na Revolução Nacional? Nesse caso não serás do reviralho. Mas (…) se te seduzem outras vozes que não sejam as daqueles a quem está confiado o dever de te guiarem; (…) se desejarias poder ensinar o que quisesses e como quisesses; (…) nesse caso, dir-te-ei que não és dos nossos, ainda mesmo que fales do 28 de Maio ou cantes hossanas a Salazar”.
As autoridades escolares reprovavam “a exibição escandalosa de pinturas faciais” às professoras primárias. Estas viram os seus dois meses de baixa por maternidade reduzidos para 23 dias (8 antes e 15 depois do parto). Assegurar o bem-estar social não pertencia às funções do Estado, segundo a ortodoxia salazarista.
O controlo sobre o que vestem, o que pensam, com quem convivem os professores é o culminar de uma interferência profunda nos conteúdos ideológicos do ensino primário. Contraditórias eram as chamadas de atenção do Ministro da Educação para aspectos tão pessoais quanto a compostura e trajes das professoras: “Não são autorizadas pinturas algumas às professoras, designadamente às que, pelo convívio com as futuras professoras, devem servir-lhes de modelo” .
A ideologia substitui radicalmente a pedagogia.
A vida dos professores primários tornou-se cada vez mais difícil. Os ordenados eram baixos, os benefícios de natureza social praticamente não existiam. Os deveres sim. Os professores primários foram compelidos por lei a desempenhar graciosamente duas funções: as de juiz de paz e de secretário da junta de Freguesia.
O Estado Novo repetidamente avisava os professores de que não lhes cabia regenerar o Mundo, mas apenas manter a disciplina na Escola, ensinar a boa moral e ajudar o Estado Novo.
Artigo da autoria do director deste blogue
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007
Relatório de acção em Belém [Mitande] - Mandimba
domingo, 18 de fevereiro de 2007
Guerra subterrânea - Minas

As Minas foram as mais temidas de todas as armas que os nossos militares enfrentaram nos três teatros de operações. Utilizadas de forma isolada, ou conjugadas com emboscadas, limitaram fortemente a mobilidade das forças portuguesas em acções tácticas e logísticas, apeadas ou em viatura, sendo também responsáveis por atrasos nos reabastecimentos, por destruições em veículos e, acima de tudo, por elevada percentagem de baixas.
Embora a estatística não esteja feita, amostragens dos três teatros de operações permitem considerar que, no mínimo, 50 por cento das baixas portuguesas (mortos e feridos) foram provocadas por engenhos explosivos. Um tipo de guerra altamente compensador para os movimentos de libertação, cujos objectivos eram apresentados do seguinte modo, nos apontamentos de um curso frequentado na Argélia por quadros do PAIGC: «Realiza-se a guerra de destruição e de minas para fazer obstáculo atrás dos inimigos, para aniquilar as suas armas, modernas, ameaçá-los e paralisá-los.»
Contudo a utilização das minas na guerra não foi exclusivo dos guerrilheiros, pois as forças portuguesas também fizeram largo emprego delas e de outros engenhos explosivos, usando-os na defesa das suas instalações, para proteger as tropas em operações e para provocar baixas, mas, ao contrário dos guerrilheiros, recorreram maioritariamente às minas anti-pessoais e às armadilhas com granada explosiva de fragmentação e rebentamento instantâneo, detonada através de arame de tropeçar. Por parte dos movimentos de libertação, além das minas anti-carros foram também utilizados «fornilhos», quase sempre constituídos por granadas de mão, de morteiro e de artilharia, não rebentadas, e bombas de avião conjugadas com explosivos e accionadas por mecanismo de explosão - detonador eléctrico ou pirotécnico. Os «tomilhos» eram colocados nos itinerários e conjugavam o efeito das minas anti-carros com as minas anti-pessoais.
(…)
Em Moçambique, o aparecimento de engenhos explosivos ocorreu em 29 de Maio de 1965, em Nova Coimbra, no Niassa, e em 4 Julho, em Nancatari, Cabo Delgado, enquanto a primeira mina anti-pessoal
(A/P) surge em 14 de Junho, em Cobué (Niassa), e a primeira anti-carro (AlC) em 10 de Outubro, em Sagal (Cabo Delgado), na estrada Mueda-Mocímboa da Praia.
Ao longo dos anos da guerra, a utilização de minas por parte dos guerrilheiros nos três teatros de operações teve a máxima expressão em Moçambique. Primeiro nas zonas do Niassa e de Cabo Delgado/Mueda e, posteriormente, na de Tete/Cahora Bassa. Moçambique reunia as condições ideais para a utilização deste tipo de arma por parte da Frelimo, pois as vias de comunicação indispensáveis às forças portuguesas eram extensas e más, não existindo nas zonas de guerra estradas alcatroadas.
Por seu lado, os guerrilheiros dispunham da vantagem de as acções bélicas se desenrolarem relativamente próximo das suas bases logísticas, o que facilitava o transporte do grande volume de cargas que a guerra de minas exige. Não admira pois, que em Moçambique os principais itinerários de reabastecimento das forças portuguesas se tenham transformado em verdadeiros campos minados.
No início dos anos 70, o percurso de cerca de 200 quilómetros entre Mueda e Mocímboa da Praia, chegou a demorar 11 dias, quando habitualmente era percorrido entre quatro a seis horas, e num só quilómetro de estrada encontraram-se, frequentes vezes, mais de 70 minas!
No Niassa, nas estradas que irradiam de Vila Cabral para para Metangula, Nova Viseu ou Tenente Valadim, as minas, associadas à quase inexistência de vias, ao clima chuvoso e ao terreno ravinado, junto ao lago transformaram os movimentos necessários à sobrevivência das tropas e ao seu emprego em combate em operações de grande duração e desgaste, que esgotavam só por si as suas capacidades e lhes retiravam a iniciativa
É ainda em Moçambique que se regista o maior emprego de minas por parte das forças portuguesas. O general Kaulza de Arriaga, em carta ao ministro da Defesa, Sá Viana Rebelo, em 29 de Janeiro de 1973, solicitou o fornecimento de 150 000 minas anti-pessoais para Cahora Bassa e um milhão para interdição da fronteira norte, junto ao rio Rovuma.
Num ponto de situação feito ao comandante-chefe, em Vila Cabral, foi referido que na zona do Niassa, em 1972, os guerrilheiros haviam realizado 412 acções, das quais 223 foram colocação de engenhos explosivos (54 por cento do total). Destas, 78 foram accionados pelas forças portuguesas, que sofreram 43 mortos, 51 feridos graves e 151 feridos ligeiros(…)
http://www.guerracolonial.org